Padre António Vieira, nasceu em 1608, em Portugal, e morreu em 1697, no Brasil. É ele a mais alta personalidade do Barroco luso-brasileiro. Durante seus 89 anos de vida, Padre Vieira participou activamente da Companhia de Jesus e da política portuguesa. Seu nome permanece como o maior orador jesuitico em língua portuguesa, famoso por seus Sermões.
Alguns anos após a sua ordenação, em 1634, conheceu a fama com os seus sermões. Em 1640, o êxito do Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugual contra as de Holanda tem enorme repercussão, principalmente porque, neste ano, Portugual se libertava do domínio espanhol e começava a se configurar a Restauração.
Exilado por defender o mercantilismo livre, até mesmo com cristãos-novos, Vieira escolheu viver no Brasil até o fim de sua vida. Revoltado com o tratamento dispensado aos judeus pela Santa Inquisição, dedicou-se a escrever a sua obra.
-Conjunto da obra
Sermões (15 volumes); História do futuro (profecias); Esperanças de Portugual (profecias); Clavis Prophetarum (profecias); Cartas.
O Sermão da Sexagésima é, talvez, um dos seus sermões mais famosos. Pregado na Capela Real, em Lisboa, em Março de 1655, abre a série de quinze volumes dos sermões de Padre Vieira, servindo de prólogo, ao mesmo tempo que encerra uma arte de pregar, inspirada pela dialéctica conceptista, indo contra os excessos gongóricos.
Espécie de profissão de fé da oratória conceptista, nele o pregador examina as condições indispensáveis para que faça fruto a palavra de Deus. Para isso, Padre Vieira traça paralelos com a parábola bíblica do semeador. Essa parábola pode ser encontrada no Livro de São Lucas.